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CONHEÇA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE SANTA IZABEL DO PARA SOB A ÓTICA DO HISTORIADOR FRANCIEL paz

  • Foto do escritor: ARLAN PAZ
    ARLAN PAZ
  • 31 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

Santa Izabel, de paragem à Vila e, de vila a município, lá se vão 294 anos de muitas histórias. Conhecida como a cidade dos igarapés, que no nome já se tornou São João Batista, depois João Coelho, para finalmente, a partir de 1961, voltar definitivamente a ser chamada de Santa Izabel do Pará, com “Z”, é bom que se diga.

Foto de 1885, possivelmente do dia em que os trilhos do trem chegaram à Vila Santa Izabel.


Digo isto para fazer uma correção de datação do surgimento, uma vez que Santa Izabel do Pará, no formato de município que é hoje, surgiu com a Lei de criação de 8 dezembro de 1934, e que talvez, para não concorrer com o Círio de Nossa Senhora na Conceição na Vila de Caraparu, o então interventor do Estado Magalhães Barata, deixou para fazer a festa de inauguração no dia 7 de janeiro de 1935. Neste dia, Barata, como era popularmente conhecido, empossou o primeiro prefeito Noé de Carvalho, daí a tradição de festas e inaugurações que a prefeitura promove todos os anos neste dia, mas, que o início da ocupação do espaço, vai além dos 89 anos de emancipação política.


Por isso, é bom que se diga que Santa Izabel, enquanto lugar de morada de muita gente que afluiu para cá, é bem mais antigo. Garimpando nos arquivos, encontrei documentação de 1729 que se refere a um lugar chamado “PARAGEM SANTA IZABEL”, que a meu ver são indícios de que em meados do século XVIII, havia um lugar em que os viajantes que circulavam a pé ou em lombos de mulas e cavalos entre Belém e outros espaços da região até Bragança, paravam para descansar e, já tinha este nome. Como um chiclete, o nome Santa Izabel já estava grudado no coração e nas mentes das pessoas que moravam aqui e, por isso, não conseguiram mudar o nome, apesar das tentativas.



Foto da estação ferroviária.


Em suma, Santa Izabel de nosso estado do Pará, surgiu como “PARAGEM”, portanto à beira de um caminho, a dos indígenas Tupinambás. Depois, às margens de uma estrada aberta por Valentim José Ferreira, seguindo os traçados do antigo caminho, isto no tempo do projeto de colonização do sertão paraense. Mais a frente, o núcleo colonial se desenvolveu à beira da Estrada de Ferro Belém Bragança, já em fins do século XIX. Pois é, como tudo evolui, poucas décadas depois, a antiga via ferroviária, deu lugar ao asfalto, a Br 316. Foram por essas estradas de chão, de ferro e de asfalto que muita gente com “um machado e uma caixa de fósforos nas mãos”, tornaram essas terras produtoras de farinha, abóbora, lenha e víveres, necessário, no abastecimento de alimentos.


Doravante, os povoados que se tornaram Vila e depois em municípios como Benevides, Santa Izabel, Igarapé Açu e São Francisco do Pará, edificados à beira da EFB, ficaram de fora do novo traçado da Br 316, a exceção de Castanhal. Talvez seja esse o motivo do atrofiamento da economia de muitos lugares como Santa Izabel do Pará, fato que se alterou nos últimos 20 anos.


Fonte: Google Maps.


Isso mesmo, neste nos últimos anos, o povoamento do município izabelense se aproximou e ultrapassou os limites da Br 316, principalmente com a criação de bairros como o Santa Rita de Cássia, a antiga Piçarreira, o conjunto habitacional Jardim das Garças, o bairro Jardim das Acácias e, mais recentemente, o Conjunto Kató.


Hoje é notória a instalação de muitas empresas ao longo da estrada, uma demonstração de que Santa Izabel do Pará foi e continua sendo a cidade da “estrada”, sem deixar de ser a cidade dos igarapés, cujas águas descem na direção sul/norte para formar o rio Caraparu.


É, são muitas histórias!!!

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Texto escrito por,

RAIMUNDO FRANCIEL PAZ, mestre em história social da Amazônia (UFPA).

 
 
 

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